Os governadores mais bem
posicionados para tentar uma vaga na disputa da eleição presidencial de 2026
pelo campo da direita não se fizeram de rogados com a provocação do governo
Lula (PT) para que os estados seguissem o exemplo da gestão federal e zerassem
impostos e taxas sobre alimentos básicos para baratear os preços.
Na semana passada, o governo
petista anunciou tarifa zero para importação de uma série de itens
alimentícios. Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr. (PSD), Ronaldo
Caiado (União Brasil) e Eduardo Leite (PSDB) – respectivamente governadores da
oposição em São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul – prontamente
recusaram a tentativa de Lula de dividir com eles a responsabilidade pela
inflação dos alimentos, que aflige os brasileiros e derruba a popularidade do
presidente.
Em posicionamentos à opinião
pública, os quatro governadores explicaram que estavam vários passos à frente
do governo Lula, com o ICMS estadual zerado ou bastante reduzido para uma ampla
gama de alimentos básicos, muito antes da medida ser adotada pelo governo
federal. Também cobraram do governo federal mais responsabilidade fiscal, já
que isso influencia na carestia.
Com o debate direto, os
governadores da oposição antecipam 2026 e tentam se posicionar como
representantes da direita contra o petista nas eleições do ano que vem – em um
cenário ainda incerto sobre quem herdará a candidatura majoritária nesse campo
político caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje declarado inelegível
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 e denunciado por tentativa de
golpe de Estado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), não consiga sair
candidato à Presidência.
"Aqui em São Paulo estamos
fazendo o dever de casa desde o início da gestão quando o assunto é comida mais
barata na mesa. Não é de hoje que o ICMS no estado é zero para itens do dia a
dia, como arroz, feijão, ovos, farinhas, legumes e verduras", disse o
governador Tarcísio, potencial candidato presidencial nas eleições de 2026 mais
bem posicionado em sondagens eleitorais até agora, num vídeo em clima de
campanha política publicado nas redes sociais no final de semana, em resposta
ao apelo do governo Lula.
Ratinho Junior foi outro
governador da oposição que aproveitou o apelo do governo Lula sobre a taxação
dos alimentos. Também em vídeo, o governador paranaense ironizou. "Só
agora? No Paraná tem cesta básica sem impostos há muito tempo!”, afirma. “Saímos
na frente mais uma vez! Esse é o nosso modelo Paraná, que é referência para o
Brasil".
Dentre todos os governadores de
oposição, Ronaldo Caiado é o único que já se coloca abertamente como
pré-candidato à Presidência da República, e também não perdeu a oportunidade de
espezinhar Lula no debate sobre a inflação dos alimentos. “Goiás já faz sua
parte para reduzir o preço dos alimentos. Aqui, desde 2022, itens da cesta
básica como leite, frutas, verduras, milho e trigo têm ICMS zero. Café, açúcar
e macarrão nós reduzimos de 19% para a alíquota mínima de 7%", afirmou nas
redes sociais em resposta ao apelo do governo federal.
Por fim, o governador do Rio
Grande do Sul também usou as redes sociais para falar que o ICMS tem alíquota
zero em ovos, leite, produtos hortifrutigranjeiros e pães, e que todos os
produtos da cesta básica já são zerados no estado para as famílias que mais
precisam. Segundo Eduardo Leite, cerca de 600 mil famílias recebem um cartão em
que o estado devolve o valor do ICMS que pagaram na aquisição de produtos.
Com Gazeta do Povo

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