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01 setembro 2025

SUPOSTO GOLPE: STF inicia julgamento de Bolsonaro com perspectiva de condenação e penas severas


Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao longo de cinco dias, os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ouvirão as conclusões da acusação e da defesa, declarando, ao final, a culpa e as penas de cada um.

 

O julgamento seguirá o roteiro protocolar das ações penais que tramitam no STF, com tempo generoso para os advogados defenderem seus clientes na tribuna e a reanálise de cada uma das numerosas contestações da defesa à condução do caso por Moraes, que supervisionou de perto a investigação. A condenação é tida como certa tanto no meio jurídico quanto no político, com discussões já em andamento sobre o tempo da pena, locais e condições da prisão do ex-presidente e de outros réus militares.

 

Muito antes da investigação, formalmente iniciada em 2023, Moraes e seus colegas adotaram, de forma quase unânime, uma retórica de dura repreensão à conduta de Bolsonaro e seu grupo político, atribuindo a eles ações que colocariam em risco as instituições, a política e a democracia. O ex-presidente angariou a antipatia da maioria dos ministros ainda durante seu mandato, devido às constantes queixas sobre a interferência do tribunal no governo e às acusações de favorecimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que, já em 2021, prevendo uma possível derrota para Lula, Bolsonaro começou a disseminar, maliciosamente, a ideia de que seria vítima de uma futura fraude nas urnas eletrônicas. A atitude, segundo a PGR, visava mobilizar, de antemão, parte da população para se insurgir contra o resultado.

 

A revolta se concretizou em 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula no TSE, com incêndios em Brasília e tentativa de invasão da Polícia Federal; e em 8 de janeiro de 2023, com a invasão e depredação do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto. Desde o segundo turno da eleição, apoiadores de Bolsonaro acamparam em frente ao Quartel-General do Exército e a outras unidades militares no país, reivindicando uma intervenção militar para impedir a posse de Lula.

 

Esse é o enredo narrado pela PGR na denúncia e, em grande parte, já acolhido pelos ministros para condenar Bolsonaro e outras 30 pessoas, entre ex-ministros, militares e assessores. Todos foram acusados de cinco crimes: golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado da União. Somadas, as penas podem passar dos 40 anos de prisão.


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