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18 outubro 2025

Barroso vota por descriminalização do aborto até 12ª semana antes de deixar o STF


Na véspera de sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso votou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. A manifestação ocorreu no julgamento da ADPF 442, ação apresentada pelo PSOL em 2017, que questiona se a interrupção voluntária da gravidez deve ser tratada como crime ou como uma questão de saúde pública.

 

O julgamento foi iniciado em 2023, quando a então ministra Rosa Weber, às vésperas de sua aposentadoria, também votou favoravelmente, destacando a autodeterminação da mulher e apontando o aborto como uma das principais causas diretas de mortalidade materna no país. Logo após seu voto, Barroso pediu destaque, o que suspendeu a análise do caso no plenário virtual.

 

No voto agora apresentado, Barroso reforçou que a criminalização não impede a prática do aborto, mas penaliza de forma desigual mulheres pobres e vulneráveis. “A questão central não é ser a favor ou contra o aborto, mas saber se o Estado deve prender uma mulher por isso”, argumentou o ministro. Ele também defendeu que o papel do Estado é prevenir a gravidez indesejada com educação sexual, acesso a contraceptivos e apoio a gestantes em situação de risco.

 

A legislação brasileira atualmente permite o aborto em três situações: em caso de estupro, risco de morte da gestante ou anencefalia do feto, sem prazo gestacional definido. A ADPF 442 propõe a descriminalização em qualquer circunstância até a 12ª semana.

 

Após o voto de Barroso, o ministro Gilmar Mendes apresentou novo pedido de destaque, o que novamente suspende o julgamento. A expectativa é que o caso seja retomado no plenário físico do STF, como já havia sido solicitado por Barroso anteriormente.

 


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