O Senado vai iniciar a tramitação
da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para
cargos no Executivo, com mandatos únicos de cinco anos. O avanço no tema se dá
mesmo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestar contra a
iniciativa durante encontro com senadores.
A ideia é que o tema seja
aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) até o fim de março. Na
semana que vem há, previsão de audiências públicas sobre o assunto nas reuniões
da CCJ.
O presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), e o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), definiram
que o senador Marcelo Castro (MDB-PI) será relator de uma PEC sobre o tema de
autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Pacheco, Alcolumbre, Castro e Kajuru
estiveram na confraternização com Lula e ouviram a recomendação do presidente,
mas a avaliação geral foi que o assunto precisa avançar na Casa.
Inicialmente Castro apresentaria
três PECs diferentes, todas regulamentando o fim da reeleição, mas cada uma se
diferenciando em relação a unificação de datas das eleições municipais,
estaduais e nacional e o prazo de transição para igualar as datas, mas a ideia
foi abandonada para que a tramitação fosse acelerada.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI),
presidente de seu partido e integrante da CCJ, disse que "com
certeza" a PEC será aprovada pelo plenário do Senado antes de acabar o
primeiro semestre deste ano.
De acordo com Kajuru, que é líder
do PSB no Senado, Lula sugeriu no encontro que cinco anos é pouco para um
mandato e mencionou que poderia ser de seis. A ideia não teve apoio dos
parlamentares, segundo o senador.
– O presidente queria seis anos e
não cinco, mas disse que aceita a opinião. Na opinião dos senadores, só dois
concordaram com Lula, o senador Weverton (PDT-MA) e o senador Efraim
(União-PB).
A ideia já foi criticada pela
presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que classificou a iniciativa
como "oportunista e retrocesso". Como forma de responder às críticas,
Pacheco tem ressaltado que a medida só valeria a partir de 2030, o que não
impediria Lula de concorrer à reeleição em 2026.
O assunto, no entanto, conta com
apoio de parte da base do governo no Senado, como o do próprio líder do governo
na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), que disse na semana passada ser favorável à
proposta. A fala do senador petista chegou a provocar uma nova reação da
presidente do PT, que disse que a posição do parlamentar não é a do partido.
Fonte: Jornal O Globo
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